quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sul-Americana e sua questionável utilidade


Pra começar, falemos sobre o formato e as formas de acesso desta competição.
Dependendo de quantos times se classificam para a Libertadores, o 14º colocado do Brasileirão pode ir parar numa competição continental, ou seja, o sétimo pior time da primeira divisão. O que esse time pode provar? Que o continente é mais fácil que seu país?

Nos dois últimos anos vimos dois times que brigavam contra o rebaixamento chegar na final da Sul-Americana, Fluminense e Goiás. Ao passo que lutavam para permanecer na elite do futebol brasileiro, exauriam seus elencos pensando em salvar o ano em caso de rebaixamento. Resultado? Nenhum dos dois venceu a competição, Fluminense foi salvo do rebaixamento por um inspiradíssimo Fred e a disciplina tática de Cuca e o Goiás, em 2010, não teve a mesma sorte, terminando rebaixado e sem o título.

E ainda fica pior! As fases finais da Sul-Americana coincidem com as últimas (e tensas) rodadas do Brasileirão, o que significa que os times que brigam para chegar pelo menos na zona da Libertadores, o famoso G-4, também podem se atrapalhar, querendo batalhar nas duas frentes e acabar morrendo na praia em ambas, caminho que neste ano o São Paulo parece que vai seguir.

Ainda, a Sul-Americana interfere diretamente no planejamento interno da competição nacional. Isso porquê a Conmebol limitou a participação de cada país na Libertadores em, no máximo, seis times. Ano que vem seremos representados por Vasco (Campeão da Copa do Brasil), Santos (Campeão da Libertadores) e mais os quatro primeiros colocados, ou cinco, se um destes já classificados terminar entre os primeiros, certo? Errado.
Se o campeão da Sul-Americana for brasileiro, dentro deste panorama só se classificariam os 3 primeiros times do Brasileirão. Você só sabe se seu time que briga pela quarta colocação vai de fato para a competição continental mais importante no fim do ano. Já pensou seu time terminar em quarto lugar de um dos campeonatos mais equilibrados do mundo e ficar de fora para um time que foi rebaixado à segunda divisão? Absurdo, não é?

A ideia de premiar o time campeão da Sul-Americana com uma vaga na Libertadores é ótima, dá valor à competição, faz com que alguns times entrem com força máxima, mas precisa ser melhor pensada, principalmente a questão do calendário. O ideal era que ela fosse realizada ao mesmo tempo da Libertadores para, logo nas primeiras rodadas, você saber se o quarto lugar será o suficiente para alcançar a tão sonhada vaga.

E, por fim, um fracasso numa competição menos importante reflete na confiança do time, veja o Flamengo, humilhado dentro do Engenhão pelo bom time da La U, Williams, uma das peças defensivas mais importantes do time, se desentendeu com a diretoria e não volta a jogar neste ano pelo Flamengo, o time sofre uma virada constrangedora dentro do Olímpico... não pode ser só coincidência, certo?

Abraço a todos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário